Dengue: SP, MG e PR acumulam 73% dos casos e 86% dos óbitos

Em 2025, aproximadamente 850 mil casos prováveis de dengue foram notificados no Brasil durante os três primeiros meses do ano. Dados recentes do Ministério da Saúde revelam que uma expressiva concentração de 73% desses registros ocorre nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná. O cenário é preocupante, pois esses estados também respondem por 86% dos óbitos confirmados no país, com São Paulo contabilizando 305 das 430 mortes no período.

Sorotipos e Sua Circulação

A atual epidemia de dengue no Brasil é complexificada pela circulação do sorotipo 3, um vírus que estava ausente do país há mais de 15 anos. A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Mariângela Simão, destacou que 22% dos casos de dengue registrados atualmente no Brasil pertencem a esse sorotipo. A vulnerabilidade da população a este sorotipo é evidente, pois há uma menor quantidade de indivíduos imunizados contra ele.

Além disso, em São Paulo, 72% dos casos de dengue identificados são do sorotipo 3. Tal situação eleva a preocupação com a saúde pública, uma vez que mais pessoas estão suscetíveis ao contágio. A secretária informou ainda sobre a identificação do sorotipo 4 da dengue no estado, com quatro casos notificados, três dos quais confirmados.

Pico de Casos e Previsões Futuras

A temporada de dengue geralmente apresenta um aumento nos meses de abril e maio, sendo um período crítico, especialmente na Região Sudeste. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, enfatizou que os dados de três meses ajudam a preparar o ministério para os desafios futuros. O balanço atual mostra uma redução significativa no número de casos em 2025, com uma queda de 75% em relação ao mesmo período do ano anterior, representando 2,3 milhões de casos a menos.

Padilha indicou que, apesar da diminuição geral, a concentração de casos em determinados estados requer atenção especial. “Queremos e vamos reforçar ações para apoiar estados onde há uma concentração, neste momento, do número de casos”, afirmou, reforçando a necessidade de intervenções direcionadas.

Nosso entendimento sobre a dengue deve incluir o reconhecimento de que os principais sintomas da doença incluem febre alta, dor atrás dos olhos, dores musculares e articulações, manchas avermelhadas na pele e náuseas. O acompanhamento médico e a hidratação são fundamentais para os pacientes diagnosticados com dengue.

Prevenção e Ações Propostas

A prevenção da dengue é uma tarefa coletiva que envolve ações práticas para combater a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. É crucial evitar acumulações de água em locais como caixas d’água, calhas e vasos de plantas. Essas áreas se tornam locais propícios para a reprodução do mosquito.

Além das medidas de controle ambiental, a vacinação contra dengue já está disponível no Sistema Único de Saúde, direcionada a jovens de 10 a 14 anos que residem em localidades prioritárias. A implementação de campanhas de conscientização para a população sobre a importância da vacinação e da eliminação de criadouros do mosquito é essencial para reduzir a incidência de casos.

“O que tem nos preocupado? Os óbitos”, ressaltou Mariângela Simão, reafirmando que todo óbito por dengue é, em essência, uma morte evitável. Assim, a união de esforços entre governo, instituições de saúde e a população é necessária para fortalecer a luta contra a dengue, assegurando um ambiente mais seguro e saudável.

Em conclusão, o cenário da dengue no Brasil em 2025 exige um olhar atento e ações coordenadas para mitigar os impactos da doença. Analisando os dados atuais e as tendências de sorotipos, somado ao aumento de casos previsto, é possível traçar estratégias mais eficazes para o controle e a prevenção dessa febre viral. A responsabilidade compartilhada em todos os níveis é fundamental para alcançar resultados positivos e proteger a saúde pública.