Dia Mundial da Saúde: Promovendo o Bem-Estar Materno e Neonatal

Panorama Atual da Saúde Materna e Neonatal

No contexto das celebrações do Dia Mundial da Saúde, a Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um alertar sobre a grave situação da saúde materna e neonatal em todo o mundo. Este alerta é particularmente contundente, considerando que quase 300 mil mulheres falecem anualmente devido a complicações relacionadas à gravidez ou ao parto. A tragédia não para por aí; mais de dois milhões de recém-nascidos morrem durante o primeiro mês de vida, e outros dois milhões são natimortos, ou seja, morrem após 20 semanas de gestação, seja no útero ou durante o parto. Esses números alarmantes representam uma morte evitável a cada sete segundos, conforme destacou a OMS.

Apesar da gravidade das informações, é igualmente significativo observar o progresso que já foi realizado ao longo das últimas décadas. Desde o ano 2000, as mortes maternas caíram 40% em nível global. Em 2000, eram 443 mil mulheres que sucumbiam a complicações associadas à gravidez; em 2015, esse número já havia caído para 328 mil e, em 2023, para 260 mil. Notavelmente, pela primeira vez na história, nenhum país apresentou taxas extremamente altas de mortalidade materna, o que é um indicativo de que mudanças significativas estão ocorrendo.

Desafios Persistentes

Entretanto, os avanços ainda não são suficientes para satisfazer as necessidades globais. Segundo a OMS, as expectativas de alcançar as metas de melhoria na sobrevivência materna até 2030 são sombrias, com quatro em cada cinco países indicando que estão longe de atingir esses objetivos. Além disso, um em cada três países não conseguirá cumprir as metas estabelecidas para reduzir as mortes de recém-nascidos.

A qualidade do atendimento na saúde materna e neonatal é um fator crucial para garantir a sobrevivência de mães e bebês. A OMS ressalta que, apesar dos avanços, milhões de mulheres e recém-nascidos falecem anualmente por causas que poderiam ser evitadas com acesso a cuidados eficazes e pontuais. Essa situação é preocupante, pois a saúde de mães e bebês impacta diretamente a saúde das comunidades, perpetuando um ciclo de vulnerabilidade social e econômica.

Iniciativas para um Futuro Melhor

Em resposta a esses desafios, a OMS lançou, no Dia Mundial da Saúde, uma campanha com duração de um ano focada no bem-estar materno e neonatal, adotando o slogan “Começos saudáveis, futuros esperançosos”. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, comentou sobre a importância do início da vida, enfatizando como um bom começo impacta positivamente tudo o que vem depois. A campanha visa não apenas aumentar a conscientização, mas também estimular ações concretas para melhorar a qualidade dos serviços de saúde oferecidos a mães e recém-nascidos.

Dados adicionais da OMS mostram que, entre 2000 e 2023, o acesso a cuidados pré-natais aumentou 21%, e o acesso a assistência qualificada durante o parto subiu 25%. O acesso a cuidados no pós-parto também cresceu 15% nesse período. Essas melhorias indicam progressos na melhoria das condições de saúde materna e neonatal, mas sublinham a necessidade contínua de esforço e investimento nesses setores.

Concluindo, embora as estatísticas atuais apresentem uma imagem preocupante da saúde materna e neonatal ao redor do mundo, há um reconhecimento crescente da importância de atender a esses desafios. O progresso já registrado serve como um lembrete do que é possível alcançar através de um esforço conjunto e comprometido. No entanto, a persistência das desigualdades e a necessidade de fornecer cuidados de saúde de qualidade para todos destacam que ainda há muito a ser feito.