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Endometriose: Sintomas Reveladores e Opções de Tratamento Eficazes

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© Frame/TV Brasil

Endometriose: Uma Doença Silenciosa e seus Impactos

O mês de março é especialmente significativo para a saúde das mulheres, pois marca a campanha de conscientização sobre a endometriose, uma condição que afeta uma em cada dez mulheres em idade reprodutiva, segundo dados do Ministério da Saúde. Esta doença, frequentemente silenciosa e sem diagnóstico imediato, pode acarretar sérios desafios na vida das mulheres se não for reconhecida e tratada adequadamente. Sua manifestação se deve a um processo em que o tecido endometrial, que normalmente deve ser expelido durante a menstruação, endossa locais que não são o útero, como os ovários e a cavidade abdominal, resultando em multiplicação e sangramento anômalo. Os sintomas comuns incluem cólicas intensas, que podem se intensificar ao longo do tempo, e dor pélvica crônica.

Desafios no Diagnóstico e Tratamento

O diagnóstico da endometriose pode ser um processo longo e complicado. Segundo o cirurgião ginecologista Roberto Carvalhosa, o tempo médio para que uma mulher receba um diagnóstico correto pode variar de sete a nove anos. Isso se deve, em parte, ao fato de que as mulheres muitas vezes ignoram ou minimizam a dor que apresentam. “Elas frequentemente chegam aos centros de saúde somente após o aparecimento de sintomas mais severos”, explica Carvalhosa. Essa demora é crítica, pois a condição tende a evoluir, levando à dor crônica e, possivelmente, à infertilidade.

O caminho para a identificação da endometriose geralmente começa com um exame ginecológico inicial, sendo que o exame de toque é essencial, especialmente em casos de endometriose profunda. Após esse primeiro contato, exames complementares, como ultrassonografia ou ressonâncias magnéticas, podem ser realizados, embora Carvalhosa ressalte a importância de uma anamnese e um exame físico detalhado, que podem levar a uma suspeita diagnóstica muito mais precisa.

As unidades básicas de saúde (UBS) desempenham um papel crucial nesse processo, oferecendo tanto o atendimento quanto os exames diagnósticos. Se necessário, as pacientes são encaminhadas para hospitais especializados onde podem receber tratamento cirúrgico. Os tratamentos são adaptados de acordo com a idade e a gravidade da condição, sendo que algumas mulheres podem se beneficiar de terapias hormonais ou intervenções cirúrgicas.

A Experiência Pessoal e a Importância do Estilo de Vida

A estudante universitária Mônica Vieira, de 25 anos, é um exemplo de como a endometriose pode afetar a vida de uma mulher desde a puberdade. Diagnosticada aos 14 anos, Mônica vive com sintomas que incluem cólicas menstruais severas e dor durante a relação sexual. Para lidar com a condição, ela optou por um caminho que envolve a prática de ginecologia natural, buscando tratamentos alternativos como remédios manipulados com substâncias anti-inflamatórias.

“No entanto, é crucial perceber que cada caso é único. A endometriose não se manifesta da mesma maneira em todas as mulheres e requer uma abordagem personalizada”, observa Mônica. Ela destaca que muitas mulheres minimizam a dor que sentem, uma mentalidade enraizada em uma cultura que tende a normalizar o desconforto menstrual. Essa minimização pode atrasar diagnósticos oportunos e, consequentemente, os tratamentos adequados.

A capacidade de engravidar é frequentemente um dos maiores desafios para mulheres com endometriose. Conforme explica o cirurgião Roberto Carvalhosa, a infertilidade está associada à evolução da doença e muitas mulheres buscam atendimento médico somente quando estão tentando engravidar, o que pode ser um ponto crítico em suas jornadas de tratamento.

Além das implicações físicas, a endometriose pode haver profundas repercussões psicológicas. Carvalhosa enfatiza que muitas mulheres sentem-se sobrecarregadas pelo sofrimento associado à condição, o que pode afetar sua vida profissional e pessoal: “É um sofrimento psicológico severo, além das consequências físicas. Para muitas, a dor não é apenas física, mas um impedimento para realizar desejos fundamentais, como ter filhos.”

Em suma, a endometriose é uma condição complexa e frequentemente negligenciada que impacta significativamente a vida de muitas mulheres. A conscientização e a educação são essenciais para garantir que mais mulheres reconheçam os sintomas precoces e busquem assistência médica o quanto antes. A mudança cultural em relação à saúde feminina e a valorização dos sintomas é crucial para melhorar os resultados e a qualidade de vida das mulheres afetadas por essa doença.

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