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Fiocruz Inova com IA para Facilitar o Registro de Pesquisas Clínicas

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© Fernando Frazão/Agência Brasil

A Inovação na Pesquisa Clínica: A Chegada da Inteligência Artificial Rebec@

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) fez um anúncio significativo no campo das pesquisas clínicas ao lançar, no dia 24 de outubro, uma nova inteligência artificial (IA) generativa, batizada de Rebec@. Essa ferramenta está projetada para facilitar o registro de pesquisas clínicas, tornando-se um importante aliado para pesquisadores e voluntários interessados no desenvolvimento de medicamentos, vacinas e novos procedimentos de manejo clínico.

As pesquisas clínicas são essenciais para avaliar a segurança e a eficácia de novas alternativas terapêuticas. O uso de tecnologias emergentes, como a IA, visa revolucionar não apenas o modo como essas pesquisas são registradas, mas também acelerar o processo de inovação científica. A expectativa é que essa nova plataforma responda a perguntas sobre documentos e prazos para submissão de registros, tipos de estudos permitidos, regras para aprovação e diretrizes para a participação em pesquisas.

Integração com Normas e Boas Práticas

Conforme informado pela Fiocruz, Rebec@ está conectada a uma base de dados que é constantemente atualizada em relação às regulamentações e boas práticas em pesquisa clínica. A IA operará ininterruptamente, oferecendo suporte 24 horas por dia, sete dias por semana. Essa capacidade de operação contínua não só facilita o acesso à informação, mas também permite que pesquisadores e voluntários obtenham respostas rápidas sobre suas dúvidas e responsabilidades.

Outro aspecto relevante é que a IA aborda temas considerados prioritários, definidos tanto pelo Ministério da Saúde quanto pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso inclui condições de saúde específicas, doenças e populações diversas. Para certos casos, existem fast-tracks, ou vias de revisão expressa, que podem resultar em aprovação em até 48 horas. Rebec@ será particularmente útil para identificar se uma pesquisa se encontra entre essas prioridades estabelecidas.

A implementação de fast-tracks para estudos envolvendo patógenos classificados como prioritários pela OMS na América Latina está prevista para ser realizada ainda este ano. O lançamento global destas inovações ocorrerá no dia 20 de maio, em comemoração ao Dia Internacional dos Ensaios Clínicos, durante a 78ª Assembleia Mundial da Saúde, que será realizada em Genebra.

Impacto no Sistema Único de Saúde (SUS)

A vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz, Maria de Lourdes Aguiar Oliveira, enfatizou a importância de Rebec@, afirmando que cada funcionalidade da IA tem um custo acessível e que o sistema é sustentável, pois otimiza recursos. “O efeito é exponencial, com externalidades positivas cumulativas que afetam toda a cadeia de inovação”, disse ela. A agilidade na colaboração científica e na transparência das informações é um fator que pode acelerar a disponibilização segura de vacinas e outras inovações para a sociedade, o que, por sua vez, terá um impacto direto no SUS.

A IA também vem sendo testada em um ambiente informal pela International Clinical Trials Registry Platform (ICTRP), que é considerado um padrão ouro da OMS em relação à transparência das informações. Esse registro é um aspecto crucial, pois apenas pesquisas que possuem aprovação em registros reconhecidos, como o Clinical Trials dos EUA ou plataformas da rede ICTRP, são aceitas por revistas científicas respeitáveis. Luiza Silva, coordenadora de Rebec@, destaca a importância dessa validação, especialmente em situações de emergência de saúde, como pandemias, onde a rapidez e a credibilidade na publicação de resultados são vitais.

Josué Laguardia, professor responsável pela coordenação do Registro Brasileiro, ressaltou que a IA pode acelerar significativamente o atendimento, uma vez que muitos usuários apresentam dúvidas semelhantes. Segundo ele, Rebec@ oferecerá respostas a estas perguntas frequentes, permitindo que os revisores humanos da Fiocruz se concentrem em casos mais complexos e que exigem uma análise personalizada.

Além disso, há uma expectativa de que Rebec@ atraia pesquisadores internacionais com interesse nas pesquisas realizadas na América Latina. Laguardia acredita que este seja o início de um ecossistema de pesquisa verdadeiramente integrado na região, possibilitando um espaço colaborativo e de incubação para países que ainda não possuem a mesma expertise em curadoria de informações conforme os padrões da ICTRP. A Fundação está empenhada em entender as regulamentações éticas de nações vizinhas, o que pode fomentar uma colaboração mais robusta e abrangente na pesquisa clínica.

O advento dessa inteligência artificial no campo das pesquisas clínicas representa um passo importante em direção ao fortalecimento da inovação no Brasil e na América Latina, uma vez que busca não apenas agilizar processos, mas também assegurar que mais alternativas terapêuticas cheguem à população de forma precisa e eficiente.

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