Itaipu Impulsiona Energia Solar em 80 Hospitais Filantrópicos

Compromisso com a Sustentabilidade no Setor de Saúde

No último dia 31 de outubro, a Itaipu Binacional, uma das principais operadoras de energia da América Latina, anunciou um investimento significativo de mais de R$ 81 milhões para a implementação de sistemas de geração solar fotovoltaica em santas casas e hospitais filantrópicos do Paraná. Este investimento reflete um compromisso não apenas com o fortalecimento do setor de saúde, mas também com a promoção de energia limpa e sustentável.

A parceria, firmada com a Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Paraná (Femipa), visa beneficiar pelo menos 80 instituições sem fins lucrativos associadas à federação. A instalação dessas usinas fotovoltaicas representa uma oportunidade de transformar a realidade financeira desses hospitais, que frequentemente enfrentam desafios orçamentários e operacionais.

Melhorias no Atendimento à Saúde

Com a expectativa de que as 33 usinas fotovoltaicas gerem até 18 megawatts, essa iniciativa poderá proporcionar uma significativa economia nas contas de energia elétrica. Segundo estimativas da Itaipu, a soma total das economias poderá girar em torno de R$ 12 milhões por ano, permitindo que os hospitais reinvistam esses recursos em melhorias nos serviços prestados à população. O diretor-geral da Itaipu, Enio Verri, destacou que a escolha por energia limpa e acessível não só favorece os estabelecimentos de saúde, mas também melhora a qualidade de vida da comunidade atendida.

O impacto dessa iniciativa pode ser observado com mais clareza ao se considerar a Santa Casa de Londrina, uma das instituições beneficiadas. Mensalmente, essa unidade arca com cerca de R$ 350 mil em contas de energia elétrica. Após a instalação dos painéis solares, esse valor poderá ser reduzido para aproximadamente R$ 230 mensais, liberando recursos que podem ser alocados em outras áreas críticas, como a contratação de profissionais de saúde e a compra de insumos, conforme ressaltou o diretor-geral da Santa Casa de Paranavaí, Héracles Alencar Arrais.

Expansão e Possibilidades Futuras

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, presente ao evento de formalização do convênio, enfatizou a importância dessa ação e manifestou o interesse em replicar iniciativas similares em outras regiões do Brasil. Ele salientou que a eficiência energética poderá transformar a realidade financeira das santas casas, permitindo que mais recursos sejam direcionados ao atendimento médico e à redução de filas para procedimentos especializados.

Não é novidade que os hospitais filantrópicos têm um papel fundamental no atendimento à saúde pública, respondendo por mais de 50% do atendimento realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Paraná e mais de 70% nas áreas de alta complexidade, incluindo traumas, oncologia e transplantes. A parceria entre Itaipu e Femipa, que abarca hospitais dos grupos tarifários A e B (baixa e média tensão), não apenas alivia a carga financeira dessas entidades, mas também fortalece a capacidade de atendimento aos cidadãos.

O convênio prevê que 29 unidades receberão usinas de menor porte, com infraestrutura de painéis solares instalados em telhados ou coberturas de estacionamentos. As obras estão programadas para começar em abril, enquanto as instalações das quatro usinas principais terão início em junho. A expectativa é que essa modernização energética não apenas diminua os custos operacionais, mas também permita um avanço significativo na qualidade do atendimento ao público.

A soma dos esforços entre instituições financeiras, órgãos governamentais e entidades da sociedade civil pode ser a chave para a criação de um cenário melhor para os serviços de saúde no Brasil. A iniciativa da Itaipu Binacional não é apenas uma transformação na forma de como os hospitais geram e consomem energia, mas um passo em direção a um futuro mais sustentável e eficiente.

Dessa forma, ao promover mudanças estruturais, a Itaipu e a Femipa contribuem não somente para a saúde financeira das instituições, mas, principalmente, para a melhoria da assistência à saúde da população, promovendo, assim, um ciclo positivo de investimento e retorno social. Essa colaboração abre portas para novas parcerias e inovações no setor, sinalizando que práticas sustentáveis e comprometimento com a saúde coletiva podem caminhar juntas no Brasil.