Rio registra dois casos de sarampo na Baixada Fluminense

Confirmação de Casos de Sarampo em São João de Meriti

Recentemente, a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro confirmou dois casos de sarampo em São João de Meriti, localidade situada na Baixada Fluminense. Esses casos envolvem duas crianças da mesma família, que foram atendidas em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no município no dia 2 do mês corrente. Após um período de internação, as crianças receberam alta médica na quinta-feira (13) e, segundo informações divulgadas, encontram-se bem. Essa situação levantou preocupação entre as autoridades de saúde, que estão tomando as medidas necessárias para impedir a disseminação do vírus.

Medidas de Vigilância e Vacinação

Em resposta à confirmação dos casos, a Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro tomou ações proativas, como a vacinação de profissionais de saúde que tiveram contato com as crianças e a realização de uma busca ativa por indivíduos com sintomas que possam indicar o sarampo. De acordo com Mário Sergio Ribeiro, subsecretário estadual de Vigilância e Atenção Primária à Saúde, até o momento, não foram registrados outros casos suspeitos relacionados a essas ocorrências. Essa informação é encorajadora, uma vez que a vigilância epidemiológica desempenha um papel crucial na prevenção de surtos.

Historicamente, o Brasil enfrentou desafios significativos em relação ao sarampo. Em fevereiro deste ano, um caso isolado de sarampo foi confirmado em Itaboraí, na região metropolitana do Rio, com uma criança de 6 anos, em que a suspeita da doença havia sido levantada em outubro do ano anterior. Contudo, é importante destacar que os casos de Itaboraí e São João de Meriti não demonstram relação entre si, conforme esclarecido pelas autoridades estaduais de saúde.

Importância da Vacinação e Monitoramento

Em 2024, a vigilância sanitária notificou 207 casos suspeitos de sarampo, com apenas um caso confirmado e outro sob investigação. Além disso, atualmente existem 18 novos casos em fase de investigação. Esses números ressaltam a importância da vigilância contínua e da imunização como formas eficazes de controle e prevenção da doença. Diante desse cenário, a Secretaria orienta os municípios a notificar imediatamente qualquer caso suspeito e enfatiza a relevância da vacinação para toda a população.

A imunização contra o sarampo é garantida pela vacina tríplice viral, que também protege contra a caxumba e a rubéola, e pela vacina tetra viral, que inclui a varicela (catapora). Essas vacinas fazem parte do calendário vacinal obrigatório, conforme recomendado pelo Ministério da Saúde. A tríplice viral deve ser administrada aos 12 meses de idade, enquanto a tetra é aplicada aos 15 meses. É imprescindível assegurar que crianças e adultos estejam devidamente vacinados, especialmente em situações de surtos, onde medidas adicionais, como a administração de uma dose extra (dose zero) para crianças de 6 meses a 11 meses, podem ser necessárias.

Profissionais de saúde são especialmente orientados a comprovar a aplicação de duas doses da tríplice viral, independentemente da idade. Além disso, pessoas até 29 anos devem ter completado seu esquema vacinal com duas doses, enquanto adultos de 30 a 59 anos precisam ter, pelo menos, uma dose registrada. A consulta à caderneta de vacinação e a confirmação de que todas as doses recomendadas foram recebidas são passos fundamentais para garantir a proteção contra o sarampo.

A população deve estar atenta aos sintomas compatíveis com o sarampo, que incluem febre alta, tosse, coriza, conjuntivite e manchas avermelhadas pelo corpo. Em caso de apresentação de tais sintomas, é aconselhável procurar uma unidade de saúde imediatamente para avaliação e, se necessário, orientação sobre a vacinação e tratamento.

É importante lembrar que o Brasil conseguiu recuperar, em novembro do ano passado, o certificado de eliminação do sarampo, concedido pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Este reconhecimento havia sido perdido em 2019 devido à queda na cobertura vacinal, que levou a um surto da doença no país. Portanto, a manutenção da imunização em níveis adequados é crucial para evitar o retorno do sarampo e manter a saúde pública em segurança. O compromisso tanto das autoridades quanto da população é essencial para sustentar o controle e a erradicação desta doença.