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São Paulo confirma seu primeiro caso de sarampo em 2024

O retorno do sarampo no Brasil e o contexto da circulação viral
O registro do primeiro caso de sarampo em São Paulo em 2025 representa uma preocupação significativa para o controle de doenças infecciosas no país. A doença, que foi considerada eliminada no Brasil em 2022, demonstra que, apesar dos avanços no combate à enfermidade, o vírus ainda mantém potencial de circulação, especialmente em contextos de vulnerabilidade social e baixa cobertura vacinal. Essa ocorrência, em um homem de 31 anos que residia na capital paulista e já havia sido vacinado, evidencia a complexidade do cenário epidemiológico atual e a necessidade de vigilância contínua.
A dinâmica do caso na capital paulista revela diferentes camadas de análise, especialmente perante a história de circulação do vírus no país. O fato de o indivíduo estar vacinado e ainda assim contrair a doença levanta questões sobre a efetividade de determinadas estratégias imunizatórias, bem como a necessidade de reforço em campanhas de vacinação e acompanhamento epidemiológico. Além disso, o fato de ele já estar recuperado sem apresentar sintomas sugere um quadro leve, talvez devido à imunização prévia, o que reforça a importância da vacinação como medida de proteção coletiva.
Embora o paciente seja residente na cidade de São Paulo, as autoridades ainda investigam a origem da infecção, dado que o último caso autóctone (aqueles adquiridos na própria localidade) na região ocorreu em 2022. Essa busca por compreensão do ponto de origem é fundamental para mapear possíveis focos de circulação do vírus e evitar sua disseminação para outras áreas. A viagem do paciente à cidade de Jacarezinho, no Paraná, ocorreu pouco antes do surgimento dos sintomas, o que levanta hipóteses acerca de possíveis pontos de contato com o vírus — ainda que nenhuma conexão direta tenha sido confirmada até o momento.
O desafio da imunização e o papel da vacinação
Importância da vacinação na prevenção do sarampo
O sarampo é uma doença altamente contagiosa, que historicamente representou uma das principais causas de mortalidade infantil no mundo. A transmissão se dá por via aérea — ao tossir, espirrar, falar ou respirar — e sua contagiosidade é assustadora: uma pessoa infectada pode transmitir o vírus para até 90% das pessoas próximas que não estejam imunizadas. Essa alta transmissibilidade faz com que estratégias de controle, como campanhas de vacinação, sejam essenciais na manutenção da imunidade coletiva.
A vacina contra o sarampo tem se mostrado uma ferramenta altamente eficaz na prevenção. Contudo, seu sucesso depende de altas taxas de cobertura vacinal, especialmente em populações vulneráveis ou com baixa adesão. Nos últimos anos, a retomada de circulação do vírus está relacionada, em grande parte, a quedas na cobertura vacinal ocasionadas por fatores diversos, incluindo desinformação, agendas de prioridades diferentes e dificuldades de acesso. Essas questões ressaltam que a imunização requer manutenção constante e estratégias de alcance ampliado.
Sintomas, evoluções e riscos relacionados ao sarampo
Os sintomas iniciais do sarampo surgem após um período de incubação de aproximadamente 10 a 14 dias, manifestando-se inicialmente com febre alta (acima de 38,5°C), mal-estar, coriza, conjuntivite e tosse. Um sinal característico, muitas vezes, aparecem na fase precoce: manchas brancas (chamadas de manchas de Koplik) na mucosa bucal — um indicador importante para o diagnóstico clínico. Com a progressão da doença, surgem manchas vermelhas que inicialmente aparecem atrás das orelhas e espalham-se pelo corpo, tornando-se visíveis na pele após cerca de três dias, diminuindo posteriormente.
A evolução da doença pode promover complicações graves, capazes de comprometer a saúde de forma severa. Diarreia intensa, infecções de ouvido, cegueira, pneumonia e encefalite (inflamação no cérebro) estão entre os desfechos mais preocupantes e podem ser fatais, sobretudo em crianças, idosos ou imunossuprimidos. Essas complicações reforçam a urgência da prevenção por meio da vacinação, especialmente em regiões onde as taxas de imunização estão abaixo do ideal.
Programas de imunização e certificação de eliminação
A vacinação contra o sarampo está disponível em unidades básicas de saúde de São Paulo e em outros municípios, com horário ampliado para facilitar o acesso da população. O reforço de estratégias de imunização é considerado fundamental para manter o Brasil livre do vírus, uma vez que o país havia sido certificado como livre da circulação do sarampo em 2016, após avanços expressivos em campanhas de vacinação.
No entanto, o cenário mudou após a retomada de casos e a circulação do vírus a partir de 2018, vinculada à insuficiência na cobertura vacinal, especialmente em contextos de migração e vulnerabilidade social. Em 2019, o Brasil perdeu a certificação de “país livre do vírus do sarampo”, após registrar mais de 21 mil casos. Desde então, esforços de imunização têm se intensificado para reverter esse quadro, e, com a circulação de casos ocasionais, a atenção permanece elevada.
O último registro de caso endêmico ocorreu em 2022, no Amapá. Com ações coordenadas pelo Ministério da Saúde e pela Organização Pan-Americana da Saúde, o Brasil conseguiu, em novembro de 2023, recuperar a certificação de país livre do vírus, evidenciando a importância de manter as estratégias de controle e vigilância epidemiológica atualizadas.
A história do sarampo no Brasil apresenta uma trajetória de avanços e retrocessos, refletindo desafios de caráter social, político e de implementação de estratégias de vacinação. O caso recente em São Paulo reforça a necessidade de reforçar o que já se sabe: imunizar é, antes de tudo, uma questão de saúde coletiva, capaz de impedir que uma doença facilmente controlável volte a assombrar o país.
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