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Vacina contra Dengue: Butantan promete 1 milhão de doses disponíveis

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© Paulo Pinto/Agência Brasil

A vacina da dengue: um marco na saúde pública

A vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan, conhecida como Butantan-DV, está em processo de análise pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Se receber a aprovação regulatória, ela se tornará a primeira vacina de dose única contra a dengue no mundo. A chegada desse imunizante representa um importante avanço no combate a uma doença que afeta milhões de pessoas anualmente, e que está em constante evidência devido ao aumento dos casos na população, especialmente em áreas tropicais e subtropicais.

Processo de aprovação e estudos clínicos

A Anvisa é a entidade encarregada de avaliar e autorizar o registro de medicamentos e vacinas no Brasil, com foco na eficácia, segurança, qualidade, e condições de fabricação. No caso da Butantan-DV, o Instituto Butantan informou que os ensaios clínicos foram concluídos em junho do ano passado, quando o último voluntário foi acompanhado por cinco anos. A eficácia do imunizante foi confirmada em estudos publicados em revistas científicas renomadas, como o New England Journal of Medicine, que reportou uma taxa de 79,6% de eficácia na prevenção de casos sintomáticos de dengue. Adicionalmente, resultados da fase 3, veiculados na The Lancet Infectious Diseases, indicaram uma proteção de 89% contra dengue grave e dengue com sinais de alarme, com segurança duradoura por até cinco anos.

Caso a vacina seja aprovada, o diretor do Instituto Butantan, Esper Kallás, estima que a produção inicial poderá alcançar até 1 milhão de doses ainda em 2025, com a possibilidade de expansão significativa para 60 milhões de doses em 2026. Essa projeção reflete não apenas a capacidade produtiva do instituto, mas também a urgência em atender a demanda crescente por intervenções efetivas no controle da dengue.

A vacina foi desenvolvida ao longo de 25 anos de pesquisa, tendo suas origens em um estudo realizado por um pesquisador nos Estados Unidos, que foi posteriormente levado ao Butantan no início dos anos 2000. Destaca-se que a Butantan-DV é uma vacina tetravalente, com a capacidade de induzir resposta imune contra os quatro sorotipos do vírus da dengue, e possui a vantagem de se aplicar em uma única dose. Essa característica torna o imunizante especialmente valioso, dado que abrange uma faixa etária ampla de 2 a 60 anos e não requer um histórico de infecção prévia para ser eficaz.

Os dados coletados nos ensaios clínicos abrangeram indivíduos entre 2 e 60 anos. Contudo, o Butantan tem planos de expandir esses estudos para incluir pessoas com idade superior a 60 anos, reconhecendo a necessidade de analisar a reação do imunizante em grupos etários mais avançados. Além disso, novos estudos serão realizados para avaliar a vacina em indivíduos que apresentam problemas de resposta imunológica.

Perspectivas sobre a vacinação contra chikungunya

Além do desenvolvimento da vacina contra a dengue, o Instituto Butantan também está focado na criação de uma vacina contra a chikungunya. Esse segundo imunizante já recebeu aprovação para uso nas faixas etárias de 18 a 65 anos nos Estados Unidos e na Europa. O Butantan fez um pedido à Anvisa para autorização de uso definitivo da vacina no Brasil, que está em análise. Segundo Kallás, é esperado que a aprovação ocorra em breve, uma vez que a vacina contra chikungunya oferece uma taxa de proteção de 98,8%.

Os planos de desenvolvimento da vacina contra chikungunya incluem não apenas a população adulta, mas também testes em jovens de 12 a 17 anos que residem em áreas endêmicas. A primeira produção dessa vacina deverá ser em torno de 3 milhões de doses, porém, o uso estratégico da vacina será crucial, já que a chikungunya apresenta uma epidemiologia diferente da dengue, com transmissão concentrada em bolsões populacionais e não de forma disseminada por todo o país. A estratégia de vigilância epidemiológica se tornará um fator determinante para a implementação eficaz da vacinação.

Em suma, tanto a vacina da dengue quanto a da chikungunya representam avanços significativos para a saúde pública brasileira, oferecendo novas ferramentas para combater doenças que impactam milhões de brasileiros. A expectativa é que a aprovação e a implementação dessas vacinas possam reduzir significativamente a incidência dessas doenças, promovendo um impacto positivo na saúde coletiva da população.

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