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Vacinas de Ponta: A Chave para Evitar a Próxima Pandemia

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© Tomaz Silva/Agência Brasil

Desenvolvimento de Vacinas e a Realidade da Gripe Aviária

A gripe aviária é um tema que gera preocupação constante entre as autoridades de saúde, especialmente no que tange à possibilidade de uma pandemia. Mônica Levi, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), enfatiza a necessidade urgente de desenvolver vacinas mais eficazes para prevenir a disseminação desse vírus. Um dos avanços mais promissores neste campo é a vacina universal contra todas as variantes do vírus da influenza, que vem mostrando resultados prometedores em suas fases de testes.

Em um contexto amplo, vacinas específicas contra o vírus da gripe aviária já foram formuladas em diversos países. De acordo com Mônica, há estoques de emergência em aproximadamente 20 deles. O Brasil, por sua vez, está focado na criação de um imunizante desenvolvido pelo Instituto Butantan, que também obteve resultados animadores em testes com animais. Atualmente, o instituto se encontra em colaboração com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para recrutar voluntários para estudos em humanos, enquanto aguarda a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O Perigo das Mutações do Vírus

Um dos pontos críticos discutidos pela especialista é a capacidade de mutação do vírus da gripe aviária, que se adapta rapidamente a novos hospedeiros. “Já são mais de 350 espécies que não eram infectadas anteriormente, incluindo mamíferos, como gatos domésticos, que foram identificados recentemente na Polônia”, afirma Mônica. Essa habilidade do vírus em alterar-se e infectar novos organismos é alarmante, especialmente considerando a alta taxa de mortalidade associada a ele. Desde que não existe uma imunidade prévia na população humana, o desafio se torna ainda mais complexo.

O cenário é agravado pela possibilidade de que o vírus possa adquirir mutações que aumentem sua capacidade de aderir às células humanas, potencializando sua transmissão de pessoa para pessoa. Segundo Mônica, “as evidências indicam que estamos muito próximos de um cenário pandêmico”. Esse alerta fundamenta a urgência de iniciativas para desenvolver vacinas eficazes antes que uma transmissão generalizada ocorra.

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 2003 e março deste ano, foram registrados 969 casos de infecção por gripe aviária em humanos, provocando 457 mortes. Isso implica uma taxa de letalidade alarmante de mais de 50%. Embora a letalidade tenha diminuído desde 2015 — com apenas dois óbitos registrados entre 72 casos nas Américas em 2023 — a preocupação persiste, em grande parte devido à concentração de novos casos nos Estados Unidos.

Vacinas e Resposta à Emergência

A contaminação humana ocorre principalmente através do contato com animais infectados, e o aumento de surtos em aves e mamíferos tem sido constante. Entre outubro do ano passado e fevereiro deste ano, foram registrados mais de 900 surtos em aves de criação e cerca de 1.000 em aves silvestres, cifras superiores a qualquer outro período registrado anteriormente. A situação se torna ainda mais crítica quando consideramos as estatísticas do Brasil, que acredita que o primeiro caso de gripe aviária foi confirmado em maio de 2023. Desde então, 166 focos da doença foram identificados, sendo a grande maioria em aves silvestres.

Diante desse panorama, o Ministério da Agricultura e Pecuária prorrogou o estado de emergência zoossanitária por mais 180 dias, revelando o esforço do governo em conter a propagação da gripe aviária no país. A necessidade de uma vacina própria, conforme mencionado por Mônica, é um ponto vital para garantir que o Brasil não dependa exclusivamente da produção de vacinas estrangeiras.

A evolução das pesquisas em vacinas contra a gripe aviária e a atual abordagem preventiva são fundamentais para mitigar os riscos associados a esse vírus. Com a vacinação universal em desenvolvimento, espera-se que, no futuro, a proteção contra todas as cepas da influenza se torne uma realidade, fortalecendo não apenas a saúde pública nacional, mas também global. A vigilância e a preparação são essenciais para enfrentar qualquer eventualidade que a gripe aviária possa trazer, considerando suas potenciais repercussões na saúde da população mundial.

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